
Você já teve o desprazer de se deparar com um produto ou serviço de má qualidade? Tenho certeza que já teve, pois, todos nós já nos deparamos com tal situação, quando não, fomos nós mesmos os donos da arte.
Os resultados são dores de cabeça com retrabalhos, trocas, adequações, adaptações, gastos financeiros não previstos e não tão raro assim, o completo desastre.
Para queimar o filme da tal empresa ou do dito profissional, não é necessário derrubar o empreendimento inteiro, basta um mero detalhe relevante, para que se suje a beirada do lençol alvejado.
E isso pode acontecer, não pelo produto ser de má qualidade ou pelo profissional ter uma má qualificação, mas acontece pelo motivo do cliente ter a expectativa de que aquilo que ele comprou satisfará às suas necessidades sem contrariedade, e no pior caso, que atenda as demandas mínimas essenciais, assim, ele sempre espera o melhor dos produtos e serviços. E por ventura deveria ser diferente?
Por exemplo: O cliente contrata um engenheiro eletricista para fazer o inteiro projeto elétrico de sua nova residência. O engenheiro por ser bonzinho demais e querer agradar o cliente, acaba definindo por si mesmo com base em seu próprio capricho, os pontos das tomadas, das iluminações, do quadro de distribuição dos circuitos e etc, coisa que é da ossada no pior caso, do proprietário, mas deve ser trabalho do arquiteto fazer essas definições, pois, ele foi treinado a ter essa visão física da distribuição, posicionamento e estética de tais itens. Quanto ao engenheiro eletricista, o negócio dele é garantir que tudo atenda as normas vigentes, calcular os circuitos, definir componentes de proteção e talvez realizar a instalação. Nisso, ele é ótimo, coisa que o arquiteto, engenheiro civil ou zé faísca, podem facilmente causar danos ao imóvel se trabalharem no modo tabelinha como geralmente acontece.
Então, depois de tudo pronto, todo o circuito muito bem dimensionado, dentro das normas e dinheiro do cliente poupado, o proprietário se muda para o imóvel e acaba bloqueando interruptores e tomadas estratégicas com guarda-roupas, armários, sofás e toda parafernália de situações. Não havendo outro modo, os moradores enchem as tomadas que restaram com adaptadores expansores (T) e extensões para a TV, para o abajur, para o barbeador e por aí vai, acabando com toda a normatização e cálculos para a segurança da instalação e do usuário.
Assim, percebemos que mesmo um bom trabalho, pode sofrer a morte se não for bem planejado dentro das normas reguladoras, que neste exemplo, por um mero detalhe, parte dele não foi realizado pelo profissional correto apesar de competente.
Portanto, no caso, o engenheiro eletricista pode e deve acompanhar o proprietário ou o profissional da construção e deixá-los escolher os locais dos pontos, sempre orientando a tais para a Norma, quanto ao número mínimo de tomadas e suas distâncias e alturas corretas para cada cômodo em particular, bem como a iluminação e tudo mais que seja de sua competência.
Uma coisa é certa, quando tudo atende as expectativas, despercebemos o papel que as normas estão ali exercendo para nosso conforto, e, principalmente para nossa segurança. A propósito, despercebemos até mesmo o papel do profissional que a impôs. Mas quando o produto ou serviço não atende o esperado, aí sempre nos lembramos muito amavelmente da mãe do dito profissional.
Desta forma, notamos que as normas proveem uma enorme contribuição positiva para a maioria dos aspectos de nossas vidas, e, quando elas estão ausentes, notamos de imediato algum problema. Por exemplo:
- Graças as normas e convenções, compreendemos as sinalizações de trânsito e orientações gráficas, tanto aqui no Brasil como em outros países membros dos conselhos de normatizações;
- Produtos podem ser importados e exportados sem problemas, pois atendem todos os aspectos esperados, tais como uma simples folha de papel para impressora, até peças automobilísticas complexas, incluindo nisso, os contêineres que os transportam;
- Cartões de crédito e chips de celulares entram perfeitamente em seus receptáculos e funcionam em qualquer dispositivo mundo afora;
- Cadeiras de roda conseguem passar tranquilamente por qualquer porta em qualquer país.
Desses meros exemplos, sem esforço algum, enxergamos claramente agora, que as Normas são um fator importante e empoderante para os negócios, para o avanço das novas tecnologias e para a difusão e aceitação das inovações necessárias, pelo motivo delas permitirem uma referência comum para fabricantes, fornecedores e clientes. Sem elas, a ciência não seria científica e a tecnologia andaria a passos curtos e descompassada, e assim, um bom trabalho realizado por um dispositivo ou um serviço seguro com determinado produto, seriam um mero acaso da sorte. Que o digam as clínicas médicas e de estética!
Assim, as Normas representam um consenso entre todos, além de serem uma importante fonte de conhecimentos de direcionamento tecnológico ao definirem as características internacionais dos produtos e serviços, já que as mesmas foram produzidas por especialistas mediante grande experiência, testes e ensaios, além de estarem em constante evolução.
Se você até este momento deu pouca importância as Normas, creio que agora adquiriu a consciência de sua relevância em tudo que irá fazer e comprar a partir de então.
Conceito de Norma
Podemos definir "Norma" como sendo um conjunto de regras, diretrizes e características estabelecidas por consenso e aprovadas por um Organismo de Normalização reconhecido, para aplicação em uma atividade visando a padronização de produtos e/ou serviços.
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